A Rede Record, emissora brasileira de televisão adquirida pela organização multinacional Igreja Universal do Reino de Deus, do empresário Edir Macedo, acusada recentemente em Portugal de tráfico de crianças, amargou um de seus maiores fracassos de audiência com a telenovela “Apocalipse“, que se apoiava numa versão enviesada do livro bíblico da Revelação para promover ataques contra a Igreja Católica.
O canal volta agora à carga com mais uma novela-palco da particular encenação dessa organização sobre a vida de Cristo: a obra “Jesus“, que apresenta outros filhos de Maria além de Jesus Cristo.
A virgindade perpétua de Maria é um dos quatro dogmas marianos reconhecidos pela Igreja Católica a partir das Escrituras e da Tradição bimilenar herdada dos Apóstolos de Cristo, um dos quais, São João Evangelista, foi encarregado pelo próprio Cristo de tomar conta de Sua mãe após o Seu sacrifício no Calvário.
Em carta aberta no Facebook, o bispo católico dom Henrique Soares da Costa escreveu:“Aquele Jesus é o Jesus da Universal, não é o Jesus das Escrituras; é o Evangelho segundo Edir Macedo e seus espúrios interesses. Quanto à Toda Santa Mãe de Deus, odiada pelos inimigos de Cristo e por Satanás, aquela Maria da Record não tem nada a ver com ela! Um católico que assiste àquilo peca gravemente, pois denigre o que é de Deus, o que é sagrado, é coisa fina! Você veria um filme que denegrisse sua mãe e mentisse sobre sua família?”
O pe. Paulo Ricardo, um dos sacerdotes católicos mais influentes da atualidade nas redes sociais e principalmente na vida cristã de milhares de pessoas, publicou um vídeo de cerca de 6 minutos em que explica a fé católica no tocante a Nossa Senhora. Ele destaca:
“Maria foi virgem antes, durante e depois do parto. A integridade física da Nossa Senhora não foi nunca tocada. Ela é a virgem intacta”.
Correntes protestantes que negam a virgindade de Maria se baseiam quase exclusivamente no termo “irmãos de Jesus“, que é citado na Bíblia e interpretado ao pé da letra pelo sentido que tem nos idiomas modernos. No entanto, o idioma aramaico, falado por Maria, Jesus e São José, seu pai adotivo, possuía somente um termo para designar tanto “irmão” quanto “primo” (assim como o italiano moderno tem apenas um termo, “nipote”,para designar tanto “neto” quanto “sobrinho”). Essa indiferenciação foi mantida no texto original grego do Novo Testamento, embora o grego possua ambos os termos.
Além de desconsiderarem ou interpretarem à sua conveniência este aspecto cultural, que é secundário, aqueles que negam a virgindade de Maria desconsideram principalmente a exegese bíblica, a Tradição apostólica e a própria lógica: afinal, se Maria tinha outros filhos, por que Jesus a confiou ao apóstolo São João ao pé da cruz em vez de deixá-la a cargo dos seus supostos “irmãos” (que, diga-se de passagem, nunca mais são mencionados nos Evangelhos)?
Quanto à riqueza espiritual da virgindade de Maria e José, o artigo abaixo é muito recomendado para se entender o sentido da castidade matrimonial vivida por eles: trata-se de uma reflexão magistral de dom Fulton Sheen (1895-1979) sobre a sublimidade da Sagrada Família e sobre o seu exemplo para os casais.
Fonte: www.aleteia.org