quinta-feira, 31 de março de 2011

Mais 300 mil peregrinos chegarão a Roma para beatificação do João Paulo II

A capital italiana se prepara para acolher mais de 300 mil pessoas que chegarão de todo o mundo para assistir à beatificação do Servo de Deus João Paulo II no próximo 1º de maio, Festa da Divina Misericórdia, que ele mesmo instituiu.

Em 29 de março, na sede da Opera Romana Pellegrinaggi (ORP) em Roma, ocorreu a conferência de imprensa sobre as medidas técnicas e organizativas para a celebração da beatificação, na que participaram o Administrador Delegado da ORP, Padre Caesar Atuire , e o Vice-presidente da entidade, Dom Liberio Andreatta.

Conforme explicou o Padre Atuire, a maioria de peregrinos provém da Itália, Polônia, Espanha, Estados Unidos e América Latina.

O Pe. Atuire explicou que em Roma estarão preparados para acolher mais peregrinos, "nossa missão é que todo aquele que vá viver esta beatificação encontre uma cidade aberta em agradecimento a João Paulo II por tudo o que fez por Roma, pela Itália e por este mundo".


FONTE:ACI

O mundo necessita Santos que proponham a Cristo de maneira singela e incisiva, afirmou Bento XVI


Na Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Bento XVI ressaltou que o mundo atual necessita Santos e doutores, como Santo Alfonso Maria de Ligório, que proponham a mensagem de Cristo de maneira singela e incisiva, que também sejam capazes de viver o caminho da conversão pessoal com alegria.

Sobre este Bispo e Doutor da Igreja nascido em Nápoles em 1696 que exerceu de maneira brilhante a profissão de advogado, a qual abandonou em 1726 para ordenar-se sacerdote, o Papa disse que "iniciou nos ambientes mais humildes da sociedade napolitana um trabalho de evangelização e de catequese, aos quais gostava de pregar, instruindo sobre as verdades fundamentais da fé".

Em 1732 fundou a Congregação religiosa do Santíssimo Redentor. Seus membros "guiados por Alfonso, foram autênticos missionários itinerantes, que chegavam inclusive às aldeias mais remotas, exortando à conversão e à perseverança na vida cristã, especialmente através da oração".

Bento XVI recordou que São Alfonso faleceu em 1787, foi canonizado em 1839 e em 1871 foi declarado doutor da Igreja. Este título responde a muitas razões. Em primeiro lugar, porque propôs um rico ensinamento de teologia moral, que expressa adequadamente a doutrina católica, por isso foi proclamado pelo Papa Pio XII "Patrono de todos os confessores e moralistas".

"Santo Alfonso não se cansava de repetir que os sacerdotes são um sinal visível da misericórdia infinita de Deus, que perdoa e ilumina a mente e o coração do pecador para que se converta e mude de vida".

"Em nossa época -continuou o Santo Padre- onde há claros sinais de perda da consciência e moral e –é preciso admiti-lo com preocupação- de uma falta de estima pelo Sacramento da Confissão, o ensinamento de São Alfonso segue sendo muito atual".

Logo em seguida ele explicou que "junto com as obras de teologia, Santo Alfonso compôs muitos outros escritos, destinados à formação religiosa do povo", como "As máximas eternas", "As glórias de Maria", "A prática de amor a Jesus Cristo", obra -esta última- que representa a síntese de seu pensamento e sua obra prima".

Depois de ressaltar que o Santo "insiste muito na necessidade da oração", o Papa disse que "entre as formas de oração recomendadas por São Alfonso destaca a visita ao Santíssimo Sacramento ou, como diríamos hoje, a adoração breve ou prolongada, pessoal ou comunitária, perante a Eucaristia".

"A espiritualidade alfonsiana é eminentemente cristológica, centrada em Cristo e seu Evangelho. A meditação sobre o mistério da Encarnação e da Paixão do Senhor é com freqüência objeto de sua predicação. A piedade alfonsiana também é eminentemente Mariana. Era muito devoto de Maria, e ilustra seu papel na história da salvação".

"São Alfonso Maria de Ligório -disse o Papa- é um exemplo de pastor entregue, que conquistou as almas mediante a predicação do Evangelho e da administração dos sacramentos, junto com um modo de atuar apoiado em uma bondade suave, que nascia de uma intensa relação com Deus, bondade infinita".

"Tinha uma visão muito otimista dos recursos de bem que o Senhor dá a cada ser humano e deu importância aos afetos e sentimentos do coração, assim como a mente, para poder amar a Deus e ao próximo", concluiu.

Falando em espanhol, o Santo Padre alentou os fiéis a "que a exemplo de São Alfonso Maria de Ligório percorramos com alegria nosso caminho de conversão e santidade, e peçamos ao Senhor que suscite em nosso tempo Santos e doutores que saibam propor a todos de uma maneira singela e incisiva a mensagem de Cristo e a beleza de sua vida. Muito obrigado".




FONTE:ACI

quarta-feira, 30 de março de 2011

João Paulo II foi o "amigo da humanidade"

A beatificação do Servo de Deus João Paulo II "é para todos a ocasião de nos reencontrarmos com este amigo da humanidade", explicou Dom Piero Marini, quem fora Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias do defunto Papa.

Em uma entrevista concedida à Rádio Vaticano no dia 27 de março, Dom Marini afirmou que todos devemos "encontrar de novo a João Paulo II, escutá-lo falar de novo, interpretar de novo seus gestos, ser de novo tomados por seu amor para a evangelização", já perto da grande festa eclesiástica de sua beatificação no 1º de maio.

O Arcebispo Marini, atual Presidente do Pontifício Conselho para os Congressos Eucarísticos Internacionais, animou os leigos e sacerdotes a "construir a santidade respondendo à vocação que o Senhor lhes deu em sua vida com humildade, com simplicidade, como fez João Paulo II que dedicou toda sua vida a anunciar o Evangelho".

"Conseguiu através do anúncio da Palavra, através da celebração da Eucaristia, dos Sacramentos, criar ao seu redor, em torno da figura do Papa, realmente a unidade da Igreja", recordou.

Dom Marini explicou que a proximidade de Karol Wojtyla "ao povo santo de Deus", foi o sinal emblemático de todo seu Pontificado, "aproximar-se às pessoas, aproximar-se das comunidades, inclusive às mais pequeninas, ver todos os pobres que quase queriam debruçar-se sobre ele...recordava as cenas evangélicas".

O Prelado deseja que tanto crentes, como não crentes "considerem João Paulo II "um amigo, o queria ser amigo de todos", para "encontrá-lo de novo, voltar a escutar suas palavras, voltar a ver seus gestos e poder entender, até o último ponto, seu modo de atuar a favor da Igreja".



FONTE:
http://www.catolicosdobrasil.com.br/

sexta-feira, 25 de março de 2011

Celibato sacerdotal grita ao mundo secularizado que Deus está presente

O Prefeito da Congregação vaticano para o Clero, Cardeal Mauro Piacenza, assinalou que o celibato sacerdotal "grita" ao mundo secularizado que Deus sempre está presente.

Em um artigo publicado na edição de 23 de março de L'Osservatore Romano, o Cardeal recorda que "o celibato é um dom do Senhor que o sacerdote está chamado livremente a acolher e a viver com plenitude".

Logo depois de recordar que este ensinamento é um tema fundamental dos Papas, o Cardeal adverte que "só uma incorreta hermenêutica dos textos do (Concílio) Vaticano II poderia conduzir a ver no celibato um resíduo do passado do qual liberar-se".

"Tal posição -prossegue- além de ser erro histórico, teológica e doutrinalmente, é também daninha para os aspectos espiritual, pastoral, missionário e vocacional", acrescenta.

Seguidamente o Cardeal Piacenza ressalta a necessidade de formar doutrinalmente o candidato ao celibato sacerdotal porque "não se pode viver o que não se compreende através da razão" e sublinhou que "o celibato é um assunto de radicalidade evangélica".
"Pobreza, castidade e obediência não são conselhos reservados de modo exclusivo aos religiosos. São virtudes que devem ser vividas com intensa paixão missionária. Não podemos baixar o nível da formação e, de fato da proposta da fé".

O Prefeito reconhece logo que "em um mundo secularizado é sempre mais difícil compreender as razões do celibato. Entretanto devemos ter a coragem, como Igreja, de nos perguntarmos se queremos nos resignar ante tal situação, aceitando como iniludível e a progressiva secularização das sociedades e das culturas, ou se estamos preparados para uma obra de profunda e real nova evangelização, ao serviço do Evangelho e, por isso, da verdade sobre o homem".

"Considero, em tal sentido, que o motivado apoio ao celibato e à sua adequada valorização na Igreja e no mundo possam representar algumas das maneiras mais eficazes para superar a secularização".

Finalmente o Cardeal Piacenza escreve que "não devemos nos deixar condicionar ou intimidar por quem não compreende o celibato e quisera modificar a disciplina eclesiástica, ao contrário, devemos recuperar a motivada consciência de que nosso celibato desafia a mentalidade do mundo, pondo em crise seu secularismo e seu agnosticismo, e gritando, nos séculos, que Deus está presente".


ACI

Que Vergonha!

Que Vergonha! Já são 53, mais dois pais de família são presos por rechaçar a educação sexual estatal para os seus filhos

A organização Profissionais Pela Ética (PPE) denunciou que outros dois pais de família acabam de ser encarcerados, somando-se assim a outros 51 condenados, na Alemanha por negar que seus filhos recebam educação sexual estatal contrária às suas convicções.

Os casos mais recentes, informa PPE, são o de Eduard W., pai de 8 filhos e Artur W., padre de 10 filhos e a uma semana de ter o décimo primeiro. Ambos se negaram a que seus filhos participem do programa escolar denominado "Meu corpo é meu", pois consideram que seus direitos estão sendo vulnerados ao ser imposta esta disciplina aos seus filhos a qual lhes exigia, entre outras coisas, "uma representação teatral".

No último dia 8 de março ACI Digital informou do caso de uma mãe de família condenada a 43 dias da prisão por um motivo similar, com a qual chegava a 35 o número dos condenados por proteger a seus filhos ante a educação sexual contrária a suas convicções.

O advogado Roger Kiska da Alliance Defense Fund (ADF), organização que leva o caso destes pais alemães ante a Corte Européia de Direitos humanos de Estrasburgo, na França, afirmou que "estamos convencidos, de que quando o Tribunal dite sentença sobre os casos de pais e mães que estiveram no cárcere pelo simples fato de exercer suas funções de pais, a justiça prevalecerá".

Por sua parte, a PPE segue recolhendo assinaturas em uma declaração já assinada por outras 43 associações européias com a qual insistem às autoridades alemãs que libertem os pais encarcerados por querer educar os seus filhos de acordo às suas próprias convicções.

Leonor Tamayo, responsável da Área Internacional da PPE indicou que "com esta ação queremos conscientizar a opinião pública e apoiar os pais exigindo às autoridades que impeçam esta vulneração agressiva dos direitos humanos".

A declaração está remetida à Chancelaria Federal da Alemanha, aos Governos Federais alemães, ao Parlamento Europeu, aos tribunais que condenaram os pais alemães, entre outros.


ACI DIGITAL

Vida de Bento XVI contada em gibi ao estilo "mangá"

Os organizadores da Jornada Mundial da Juventude Madrid 2011 (JMJ), anunciaram que durante o evento será distribuído um gibi ao estilo mangá que narra a vida do Papa Bento XVI, desde que é eleito Pontífice, de uma maneira novidadeira, diferente e atrativa.

O gibi será publicado pela editora Atiqtuq, cujo diretor, Jonathan Lin, afirmou que a idéia é "chegar a muita gente em um formato atrativo para transformar nossa cultura e despertar o interesse no Papa (sua relação com João Paulo II) e sua mensagem aos jovens".

A iniciativa conta com o patrocínio da Universidade João Paulo o Grande, da Califórnia (Estados Unidos), que permitirá editar 300 000 exemplares em inglês e em espanhol, que serão distribuídos em distintos pontos da capital espanhola.


FONTE: ACI DIGITAL
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Indiganação e calunia na Colômbia Revista SOHO teria incorrido em pornografia infantil por atacar sacerdotes

A Procuradoria solicitou à Fiscalização e ao Instituto Colombiano de Bem-estar Familiar (ICBF) que investiguem as fotografias publicadas na última edição da revista SOHO de supostos menores de idade nus junto a homens disfarçados de sacerdotes.

As polêmicas imagens formam parte de uma sessão do fotógrafo Mauricio Vélez e são apresentadas pela SOHO no artigo chamado "Deixem que as crianças venham para mim" que é oferecido em sua capa como "fotografias de sacerdotes pedófilos".

Conforme informa a Procuradoria no seu site, a Procuradora Delegada para a Defesa dos Direitos da Infância, a Adolescência e a Família, Ilva Miryam Hoyos Castañeda, solicitou à Fiscalização e ao ICBF que investiguem os fatos relacionados com a elaboração, publicação e divulgação do artigo em questão.

As imagens mostram "um grupo de supostos menores de idade nus que estão sendo apresentados ou tocados por um homem vestido de sacerdote ou bispo". As fotografias formam parte da exposição "Metade anjos, metade demônios" de Vélez que atualmente está sendo exibida no hotel The Charlee Lifestyle de Medellín.

A Procuradora Delegada recordou que o Código da Infância e a Adolescência impõe aos meios de comunicação que "se abstenham de realizar transmissões ou publicações que atentem contra a integridade moral, psíquica ou física dos menores, que incitem à violência, que façam apologia de fatos delitivos ou contravenções, ou que contenham descrições morbosas ou pornográficas".

"Para a Procuradora Delegada, a elaboração, publicação e difusão de fotografias onde se mostra um grupo de menores de idade, ou de maiores de idade que atuam como menores, que estão sendo apresentados ou tocados por um suposto 'pedófilo', representam uma suposta violação ao dever de responsabilidade que corresponde à revista SOHO para com os meninos, as meninas e os adolescentes, e poderia implicar a eventual atualização de condutas delitivas; por esta razão foi requerida a intervenção das autoridades competentes", afirma o sítio Web.

Nota da Redação
FONTE: ACI digital

terça-feira, 22 de março de 2011

Bispos dos EUA esclarecem que grupo gay "New Ways Ministry" não é católico


Os bispos americanos advertiram aos fiéis que o grupo New Ways Ministry se apropriou indevidamente do nome de "católico" não goza do reconhecimento da Igreja no país porque difunde uma postura sobre a homossexualidade que não coincide com a doutrina católica.
New Ways Ministry publicou há poucos dias um folheto em inglês de 45 páginas chamado "Matrimônio: Uma aproximação católica positiva", do autor Francis DeBernardo, no qual desafia o ensino da Igreja sobre o matrimônio e assegura que os leigos católicos apóiam as uniões homossexuais.

Os presidentes do Comitê de Bispos para a Doutrina e o Comitê Especial para a Defesa do Matrimônio, Cardeal Donald Wuerl e Dom Salvatore Cordileone, reafirmaram a declaração assinada pelo Cardeal Francis George no dia 12 de fevereiro de 2010 na qual se descarta que a posição proposta pelo New Ways Ministry se apóie na doutrina católica.
Em uma nota de 11 de março, os dois bispos recordaram que New Ways Ministry com sede em Mount Rainier, Maryland, se descreve como "um ministério gay-positivo que busca promover e fazer dos católicos gays e lésbicas" mas desde sua fundação em 1977, expuseram sérias dúvidas sobre sua aderência ao ensino da Igreja sobre a homossexualidade.

Em 1984, o Arcebispo de Washington negou ao New Ways Ministry qualquer autorização ou aprovação oficial de suas atividades como organização católica e se proibiu aos seus co-fundadores, a Irmã Jeannine Gramick, SSND, e o Padre Robert Nugent, de seguirem com suas atividades na Arquidiocese de Washington.
Em 1999 a Congregação para a Doutrina da Fé, declarou que devido aos enganos e ambigüidades no enfoque da Irmã Gramick e do Padre Nugent, estes dois religiosos ficaram permanentemente proibidos de qualquer trabalho pastoral com homossexuais.

Os bispos recordaram que o problema central no New Ways Ministry é "a falta de adesão da organização à doutrina da Igreja sobre a moralidade dos atos homossexuais".

New Ways Ministry recentemente criticou os esforços da Igreja para defender a definição tradicional do matrimônio como a união entre um homem e uma mulher e insistiu que os católicos apóiem as iniciativas eleitorais a favor do "matrimônio" gay.

"Ninguém deve deixar-se enganar pela afirmação de que o New Ways Ministry oferece uma interpretação autêntica da doutrina católica e uma autêntica prática pastoral católica".
"Sua pretensão de ser católico só confunde os fiéis sobre o ensino autêntico e o ministério da Igreja sobre as pessoas com inclinação homossexual".
"Em conseqüência, quero deixar claro que, igual que outros grupos que dizem ser católicos mas negam aspectos centrais do ensino da Igreja, o New Ways Ministry não tem autorização ou o reconhecimento da Igreja Católica e que não pode falar em nome dos fiéis católicos nos Estados Unidos", sustentou o Cardeal George em 2010.
FONTE: ACI DIGITAL

quinta-feira, 17 de março de 2011

Usam drama de uma mulher em coma para introduzir a "eutanásia passiva" na Índia


O Tribunal Supremo da Índia negou a uma ativista pró-eutanásia um pedido para terminar com a vida de uma mulher em coma há 37 anos, mas em sua sentença aceitou a possibilidade de que se introduza no país a chamada "eutanásia passiva" e deu luz verde ao Poder Legislativo para que legisle sobre este tema.

A jornalista hindu Pinki Virani pediu uma ordem judicial para que aplicar a eutanásia a Aruna Shanbaug, uma enfermeira que ficou em estado de inconsciência permanente desde 1973, depois de ser estuprada e estrangulada por um trabalhador de limpeza do hospital em que trabalhava.

A Corte determinou no dia 7 de março que Virani não tem um vínculo forte com Shanbaug, abandonada por sua família no hospital da tragédia, e não teve reconhecido o direito de fazer um pedido sobre a vida da mulher.

Entretanto, o Tribunal determinou em seu veredicto que os pacientes terminais podem receber "eutanásia passiva em casos excepcionais, com aprovação dos tribunais", em uma sentença que apresenta jurisprudência, porque na Índia não existe uma lei sobre este tema.

A chamada "eutanásia passiva" consiste em causar a morte dos pacientes suprimindo meios de subsistência fundamentais como a alimentação e a hidratação.

No caso de Shambaug, a corte decidiu que os médicos e enfermeiras que a atendem teriam o poder de decisão sobre sua vida. Entretanto, estes profissionais anteciparam que não desejam terminar com a vida da mulher a que atendem com admirável carinho e dedicação há décadas no hospital KEM de Bombay.

No ano 2001, a Congregação para a Doutrina da Fé publicou uma declaração sobre a eutanásia em que esclarece que "subministrar alimento e água, inclusive por via artificial, é, em princípio, um meio ordinário e proporcional para a conservação da vida".

"Portanto é obrigatório na medida e enquanto se demonstre que cumpre sua própria finalidade, que consiste em procurar a hidratação e a nutrição do paciente. Desse modo se evita o sofrimento e a morte derivados da inanição e da desidratação".

Além disso, recorda que "um paciente em 'estado vegetativo permanente' é uma pessoa, com sua dignidade humana fundamental, por isso deve receber os cuidados ordinários e proporcionais, que incluem, em princípio, o fornecimento de água e mantimentos, inclusive por vias artificiais".

Declaração sobre a chamada "Pílula do día seguinte"

Pontifícia Academia para a Vida

Como é comumente conhecida, a chamada pílula do dia seguinte recentemente foi posta à venda nas farmácias da Itália. Ela é um bem-conhecido produto químico (de tipo hormonal) que freqüentemente — mesmo na semana passada — tinha sido apresentado por muitos da área e pelos meios de comunicação de massa como um simples contraceptivo ou, mais precisamente, como um "contraceptivo de emergência", que se usado dentro de um curto tempo depois de um ato sexual presumivelmente fértil, deveria unicamente impedir a continuação de uma gravidez indesejada. As reações críticas inevitáveis daqueles que levantaram sérias dúvidas sobre como esse produto funciona, em outras palavras, que sua ação não é meramente "contraceptiva", mas "abortiva", receberam rapidamente a resposta de que tais preocupações mostravam-se sem fundamento, uma vez que a pílula do dia seguinte tem um efeito "anti-implantação", deste modo implicitamente sugerindo uma clara distinção entre o aborto e a intercepção (impedimento da implantação de um ovo fertilizado, isto é, o embrião, na parede uterina). Considerando que o uso deste produto diz respeito a bens e valores humanos fundamentais, a ponto de envolver as origens da própria vida humana, a Pontifícia Academia para a Vida sente a responsabilidade premente e a necessidade definitiva de oferecer alguns esclarecimentos e considerações sobre o assunto, reafirmando, além disso, as já bem conhecidas posições éticas sustentadas por precisos dados científicos e reforçadas pela Doutrina Católica.
1. A pílula do dia seguinte é um preparado a base de hormônios (pode conter estrogênio, estrogênio/progestogênio ou somente progestogênio) que, dentro de e não mais do que 72 horas após um ato sexual presumivelmente fértil, tem uma função predominantemente "anti-implantação", isto é, impede que um possível ovo fertilizado (que é um embrião humano), agora no estágio de blástula de seu desenvolvimento (cinco a seis dias depois da fertilização) seja implantado na parede uterina por um processo de alteração da própria parede. O resultado final será assim a expulsão e a perda desse embrião. Somente se a pílula fosse tomada vários dias antes do momento da ovulação poderia às vezes agir impedindo a mesma (neste caso ela funcionaria como um típico "contraceptivo"). De qualquer forma, a mulher que usa esse tipo de pílula, usa pelo medo de poder estar em seu período fértil, e assim pretende causar a expulsão de um possível novo concepto; sobretudo não seria realista pensar que uma mulher, encontrando-se na situação de querer usar um contraceptivo de emergência, pudesse saber exatamente e oportunamente seu atual estado de fertilidade.
2. A decisão de usar o termo "ovo fertilizado" para indicar as fases mais primitivas do desenvolvimento embrionário não pode de maneira alguma conduzir a uma distinção artificial de valor entre diferentes momentos do desenvolvimento do mesmo indivíduo humano. Em outras palavras, se pode ser útil, por razões de descrição científica, distinguir com termos convencionais (ovo fertilizado, embrião, feto etc.) os diferentes momentos em um único processo de crescimento, nunca pode ser legítimo decidir arbitrariamente que o indivíduo humano tem maior ou menor valor (com a resultante variação da obrigação de protegê-lo) de acordo com seu estágio de desenvolvimento.
3. É claro, então, que a comprovada ação "anti-implantação" da pílula do dia seguinte é realmente nada mais do que um aborto quimicamente induzido. Não é intelectualmente consistente nem cientificamente justificável dizer que não estamos tratando da mesma coisa. Além disso, parece suficientemente claro que aqueles que pedem ou oferecem essa pílula estão buscando a interrupção direta de uma possível gravidez já em progresso, da mesma forma que no caso do aborto. A gravidez, de fato, começa com a fertilização e não com a implantação do blastocisto na parede uterina, que é o que tem sido implicitamente sugerido.
4. Consequentemente, do ponto de vista ético, a mesma absoluta ilegalidade dos procedimentos abortivos também se aplica à distribuição, prescrição e uso da pílula do dia seguinte. Todos os que, compartilhando ou não a intenção, cooperam diretamente com esse procedimento, são também moralmente responsáveis por ele.
5. Uma outra consideração deveria ser feita com respeito ao uso da pílula do dia seguinte em relação à aplicação da Lei 194/78, que na Itália regula as condições e procedimentos para a interrupção voluntária da gravidez. Dizer que a pílula é um produto "anti-implantação", em vez de usar o termo mais transparente "abortivo", torna possível evitar todos os procedimentos obrigatórios requeridos pela Lei 194 a fim de interromper a gravidez (entrevista prévia, verificação da gravidez, determinação do estágio de crescimento, tempo para reflexão etc.), praticando uma forma de aborto que é completamente oculta e não pode ser registrada por nenhuma instituição. Tudo isso parece, então, estar em direta contradição com a aplicação da Lei 194, ela mesma contestável.
6. Finalmente, como tais procedimentos estão-se tornando mais disseminados, nós encorajamos fortemente a todos os que trabalham nesse setor a fazer uma firme objeção de consciência moral, o que gerará um testemunho prático e corajoso do valor inalienável da vida humana, especialmente em vista das novas formas ocultas de agressão contra os mais fracos e mais indefesos indivíduos, como é o caso de um embrião humano.
Cidade do Vaticano, 31 de outubro de 2000.

Bento XVI: sacerdócio é vocação “full-time”


Durante seu encontro com párocos de Roma
CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 11 de março de 2011 (ZENIT.org) - O sacerdócio não é uma profissão que se realiza apenas durante uma parte do dia, mas uma vocação em tempo integral e perene. Esta foi a ideia destacada pelo Papa Bento XVI ontem de manhã, durante o tradicional encontro com os sacerdotes da diocese de Roma no início da Quaresma, realizado no Vaticano.
"Padre não se é em tempo parcial, mas sempre, com toda a alma e com todo o nosso coração", disse ele, segundo a Rádio Vaticano.
"Este ser com Cristo e ser embaixadores de Cristo, este ser para os outros é uma missão que permeia nosso ser e deve penetrar na totalidade do nosso ser", acrescentou.
Fidelidade e serviço
O Pontífice deu uma profunda lectio divina, inspirada no capítulo 20 dos Atos dos Apóstolos, no qual São Paulo fala aos anciãos de Éfeso, e insistiu no significado do serviço e da fidelidade que devem motivar o sacerdote.
O serviço, disse ele, requer uma humildade que não é uma exibição de "falsa modéstia", mas amor pela vontade de Deus, que é preciso anunciar sem "criar a ideia de que o cristianismo é um pacote enorme de coisas para aprender".
O sacerdote, de fato, "não prega um cristianismo à la carte, de acordo com seus próprios gostos, pregando um Evangelho segundo suas próprias ideias favoritas, segundo suas próprias ideias teológicas".
"Ele não deixa de anunciar toda, toda a vontade de Deus, também a vontade incômoda, também os temas que pessoalmente não agradam tanto."
Conversão e vida espiritual
Na Quaresma que acaba de começar, o Papa também falou da conversão, entendida principalmente como uma mudança de mente e coração, não se centrando nas coisas do mundo, tal como se apresentam, mas na presença de Deus no mundo.
"Não percamos o zelo, a alegria de ser chamados pelo Senhor", exortou.
"Deixemos que nossa juventude espiritual se renove", acrescentou ele, pedindo para preservar "a alegria de caminhar com Cristo até o fim, de ‘chegar até o fim da corrida', sempre com o entusiasmo de ser chamados por Cristo para este grande serviço".
Igualmente, exortou a estar "atentos também à nossa vida espiritual, ao nosso ser com Cristo".
"Orar e meditar sobre a Palavra de Deus não é tempo perdido para o cuidado das almas - disse ele -, mas sim a condição para que possamos estar realmente em contato com o Senhor e, assim, falar em primeira mão do Senhor para os outros."
"Apesar das dificuldades que a Igreja enfrenta, continuou, não devemos perder a esperança."
"A verdade é mais forte que a mentira, o amor é mais forte que o ódio, Deus é mais forte do que todas as forças adversas."
"É com esta alegria, com esta certeza interior, que começamos o nosso caminho (...), nas consolações de Deus e nas perseguições do mundo."
Disponibilidade
Em sua saudação ao Papa, o cardeal Agostino Vallini, vigário geral da diocese de Roma, recordou o 60º aniversário de sacerdócio do Pontífice, que será comemorado em 19 de junho.
O purpurado sublinhou que as qualidades sacerdotais de Bento XVI mais apreciadas pelo clero são "a fidelidade, humilde e alegre, sem fissuras, ao Senhor Jesus; a disponibilidade total para servir a Igreja lá onde a Providência o chamou, até o peso formidável do supremo pontificado; o amor à Palavra de Deus e à Liturgia, e a alegria de viver o tempo segundo o ritmo do ano litúrgico; o exercício da inteligência e a paixão pela busca da verdade, para propô-la e defendê-la sem medo; a doçura no trato e a magnanimidade do coração; a serenidade da alma totalmente entregue a Cristo".
Por ocasião da audiência, o Papa também se encontrou com o sacerdote paquistanês Shahzad Niamat, em nome dos sacerdotes, religiosos e seminaristas do Paquistão presentes em Roma.
"Nós explicamos ao Papa a situação dos cristãos no Paquistão, onde dar testemunho da fé às vezes pode levar à morte - disse o padre à agência vaticana Fides. O Santo Padre mostrou-se muito preocupado, manifestou sua solidariedade, seu apoio e nos assegurou suas orações."
"Nós também agradecemos ao Papa por suas palavras e seus recentes apelos dirigidos ao ministro Shahbaz Bhatti, por Asia Bibi, pela lei sobre a blasfêmia", acrescentou, sublinhando que o Pontífice "nos mostrou sua esperança de que as coisas possam mudar e de que no Paquistão possa haver o pleno respeito pela dignidade humana e pela liberdade religiosa". 

domingo, 13 de março de 2011

Sacerdotes não devem pregar cristianismo "à minuta", afirma o Papa




Em seu tradicional encontro ao início da Quaresma aos párocos da diocese de Roma (Itália) da qual é Bispo, o Papa Bento XVI afirmou esta manhã que um sacerdote não deve pregar "um cristianismo à minuta, segundo os próprios gostos".

Na lectio divina com os sacerdotes acompanhados pelo Vigário para a diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, na Sala da Bênção no Vaticano, o Santo Padre explicou que um presbítero não deve pregar o Evangelho "segundo as próprias idéias preferidas, segundo as próprias idéias teológicas".

O sacerdote, precisou o Papa, "não está isento de anunciar toda, toda a vontade de Deus, inclusive a vontade incômoda, também em temas que pessoalmente não gostem tanto".

Conforme informa Rádio Vaticano, Bento XVI ressaltou que um sacerdote não pode ser um burocrata nem um mero administrador.

O Sacerdote "não é um patrão da fé” e não se pode ser padre em tempo parcial, mas sim com toda a alma e coração. “Este ser com Cristo e ser embaixador de Cristo, este ser para os outros é uma missão que penetra o nosso ser”, destacou o Papa. ".

No serviço sacerdotal é necessária a humildade, que não é exibir uma "falsa modéstia", mas o amor pela vontade de Deus, que graças à humildade do servidor pode ser anunciada em sua integridade, sem condicionamentos ou preferências, sem "criar a idéia de que o cristianismo é um pacote imenso de coisas a ser aprendidas". 

O Santo Padre animou os sacerdotes à conversão pessoal "sobre tudo a do pensamento e do coração, para os que a realidade não são as coisas tangíveis ou os fatos do mundo assim como estes se apresentam, mas a realidade é reconhecer a presença de Deus no mundo. Desta visão o sacerdote deve conduzir seu ‘corrida' no mundo, sem perder nunca a força dos inícios". 

"Não percamos o zelo, a alegria de sermos chamados pelo Senhor, deixemo-nos renovar nossa juventude espiritual, a alegria de poder andar com Cristo até o fim, de 'levar a corrida ao fim’ sempre no entusiasmo de ser chamados por Cristo para este grande serviço".

O Papa assinalou logo que o sacerdote, como São Paulo, não deve pensar somente em sua "sobrevivência biológica". "É certo, custodiar-se é necessário, mas sem esquecer que oferecer-se a si, até o dom da vida, assimila o sacerdote ao seu modelo, Cristo". 

"Somente Deus pode fazer-nos sacerdotes, somente Deus pode escolher os seus sacerdotes e se somos escolhidos, somos escolhidos por Ele. Aqui aparece claramente o caráter sacramental do sacerdócio, que não é uma profissão que deve ser feita porque alguém deve administrar todas as coisas. É uma eleição feita pelo Espírito Santo".

Todo sacerdote, explicou Bento XVI, está também chamado a "velar" e rezar intensamente: "'velem por vocês mesmos': estejamos atentos também à nossa vida espiritual, a nosso ser com Cristo. Rezar e meditar a Palavra de Deus não é um tempo perdido para a cura das almas, mas é condição para que possamos estar realmente em contato com o Senhor e assim falar de primeira mão do Senhor aos outros".

Finalmente e após recordar que a Igreja sempre foi e estará sempre ameaçada, o Santo Padre disse que "a verdade é mais forte que a mentira, o amor é mais forte que o ódio, Deus é mais fortes que todas as forças adversas... a Deus. E com esta alegria, com esta certeza interior tomemos nosso caminho nos consolos de Deus em meio das perseguições do mundo".
 fonte:ACI

Os Indiferentes




A linha vai paralela à estrada, entre a cidade e o rio. As estações e apeadeiros estão protegidos por cercas de arame e é preciso subir e descer escadas para apanhar o comboio. Cada estação tem duas plataformas altas e, no meio, existe o fosso onde assentam os carris e corre o comboio.
Numa das plataformas, um homem novo destaca-se dos outros porque avança extraordinariamente devagar e tem um andar periclitante. É cego, arrasta os pés como se esperasse a todo o momento encontrar os degraus de uma escada e faz movimentos ansiosos com o braço direito, explorando o espaço à sua volta. Agita a bengala sem parar, num movimento cadenciado ora para a esquerda, ora para a direita e é impossível não reparar nele.
Estou dentro do carro, presa numa fila de trânsito, na estrada que corre ao longo da linha de comboio, e assisto ao descompasso que existe entre o cego e todos os outros que chegam e partem sem olhar para ele. Ou melhor, sem o ver.
Homens e mulheres, rapazes e raparigas cruzam-se no caminho do cego e afastam-se instintivamente para que a bengala não lhes toque. Indiferentes à necessidade imperiosa que o cego tem de encontrar chão debaixo dos pés e à vertigem que é, para ele, o pequeno abismo que separa as duas plataformas, passam sem se deter. Não lhes ocorre sequer pensar que, naquele lugar, ele precisa especialmente de ajuda para se orientar e não cair no fosso dos carris.
Para quem não é cego, ver o chão que se pisa e caminhar com segurança entre buracos e obstáculos é tão natural como respirar e daí, certamente, muita da distracção dos que passam pelo cego. Em todo o caso, aquele homem vai notoriamente aflito com a falta de referências, com o espaço onde se sente inseguro e, ainda, com a ameaça dos degraus e do abismo entre plataformas. Os seus gestos são inquietantes e os seus passos hesitantes mas, mesmo assim, os outros não reparam. Há um rapaz que vem no sentido contrário, de frente para ele, mas que também se afasta no preciso momento em que se cruza com o cego. Deixa-o passar, encosta-se a um poste e segue-o com um olhar abstracto. Mais um que olha sem ver, portanto.
Vista do carro, a cena dói porque o cego continua penosamente a tentar encontrar caminho sem que ninguém pare para o ajudar. Percebe-se que não é maldade, mas indiferença pura. Ninguém quer saber, ninguém está para se ralar, ninguém está ali para ajudar ninguém e, no fundo, todos se sentem desculpados porque afinal o homem é cego e não vê os que, podendo ajudar, não ajudam.
É muito mais fácil não ajudar um cego do que um coxo porque este olha para nós e percebe a nossa indiferença, enquanto o outro não. Acontece que a indiferença mata e, de uma maneira ou de outra, todos sabemos isso. Sabemos porque sentimos, aliás.
E se a indiferença dos outros nos mata porque será que nós próprios persistimos tantas vezes nesta atitude? 



  Laurinda Alves
F onte:ACI

quarta-feira, 2 de março de 2011

Médico derruba o mito: A eutanásia não é um pedido dos doentes terminais




Em todos os anos que leva trabalhando com doentes terminais, o médico Jordi Valls -um dos mais destacados peritos espanhóis em cuidados paliativos- nunca recebeu um único pedido de eutanásia.

Em uma entrevista concedida ao jornal ABC, Valls relata os desafios de enfrentar diariamente a morte de seus pacientes, todos doentes terminais, da Fundação Instituto São José, dos Irmãos de São João de Deus, onde dirige a equipe de atenção psicossocial para doentes avançados da Obra Social de La Caixa, que já atendeu onze mil pacientes.

Para Valls a eutanásia não é, "de nenhuma forma", um pedido freqüente. "Trabalhei durante anos em atenção direta a pacientes terminais, e ninguém jamais me pediu a eutanásia. Costuma-se se dizer que o melhor tratamento contra a eutanásia é um bom cuidado paliativo, pois a maioria dos que dizem 'eu não quero viver' resulta que estão dizendo na verdade: 'eu não quero viver desse jeito, e assim que se trata o ‘desse jeito’, habitualmente já se não repete o 'não quero viver'. É preciso ser sensíveis, caridosos, e atender desde o lado mais humanista da medicina", afirma.

O médico sustenta que sua Unidade de Cuidados Paliativos não é um lugar triste. "Ninguém nesta casa nem em nenhum outro centro recebe mais recompensa e cuidados que aqueles que trabalham nela. As pessoas (tanto o doente como seus familiares) sentem-se agradecidas porque os escuta, os acompanha e fazem mais agradável o processo da morte", revela o doutor.

Valls considera que "é injusto morrer sem saber que está morrendo, porque talvez há muitas coisas a serem resolvidas. Cada um gosta de encerrar seus assuntos, e situar a pessoa nesta esfera de realidade pode acrescentar paz a sua morte. Se você, por exemplo, tem uma irmã com quem você não fala há anos e você está morrendo, pois certamente o melhor tratamento que a ser aplicado é ligar para sua irmã, fazer as pazes e ficar tranqüilo. Em cuidados paliativos se aprende que às vezes o melhor tratamento da dor não é a morfina".

Além disso, recorda que "não só é preciso cuidar dos que vão morrer, mas também prestar atenção aos quem sobrevivem. Essa é uma carência que possivelmente os hospitais têm, onde se faz um trabalho de cuidados físicos muito bom, mas muitas vezes nem as necessidades sociais nem as psicológicas estão atendidas. E muito menos as espirituais, sejam de tipo religioso ou não".


fonte:acidigital

O Papa pede que os católicos dominem a linguagem digital para anunciar a Deus na Internet



 VATICANO, 28 Fev.

Ao receber este meio-dia os participantes da assembléia plenária do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, o Papa Bento XVI assinalou que os católicos devem compreender, interpretar e falar a "nova linguagem" dos meios digitais para poder anunciar a Deus na Internet.

Em seu discurso na Sala Clementina do Vaticano aos participantes da plenária que trata, até o dia 3 de março, o tema "Linguagem e comunicação", o Santo Padre disse que "o pensamento e a relação acontecem sempre na modalidade da linguagem, entendida naturalmente no sentido lato, não somente verbal".

Neste sentido, afirmou que "as novas linguagens que se desenvolvem na comunicação digital determinam, por um lado, uma capacidade mais intuitiva e emotiva que analítica, orientam rumo a uma diversa organização lógica do pensamento e do relacionamento com a realidade, privilegiam frequentemente as imagens e as ligações hipertextuais".

"Os riscos que se correm, certamente, estão frente aos olhos de todos: a perda de interioridade, a superficialidade no viver as relações, a fuga na emotividade, o prevalecer da opinião mais convincente com relação ao desejo de verdade".

"E, todavia, essas são consequência de uma incapacidade de viver com plenitude e de maneira autêntica o sentido das inovações. Eis porque a reflexão sobre as linguagens desenvolvidas pelas novas tecnologias é urgente", assinalou.

Referindo-se à "cultura digital" e aos desafios que esta expõe, o Papa destacou que "não se trata somente de expressar a mensagem evangélica na linguagem de hoje, mas é preciso ter a coragem de pensar de modo mais profundo, como aconteceu em outras épocas, sobre o relacionamento entre fé, vida da Igreja e as mudanças que o homem está vivendo".

“É o empenho de ajudar a quantos têm responsabilidade na Igreja a estarem capazes de compreender, interpretar e falar a "nova linguagem" dos media em função pastoral, em diálogo com o mundo contemporâneo, perguntando-se: quais desafios o assim chamado "pensamento digital" coloca à fé e à teologia? Quais demandas e exigências?".

"O mundo da comunicação interessa a todo o universo cultural, social e espiritual da pessoa humana. Se as novas linguagens têm um impacto sobre o modo de pensar e viver, isso diz respeito, de algum modo, também ao mundo da fé, à sua inteligência e à sua expressão. A teologia, segundo uma clássica definição, é inteligência da fé, e sabemos bem como a inteligência, entendida como consciência refletida e crítica, não é estranha às mudanças culturais em curso".

"A cultura digital apresenta novos desafios à nossa capacidade de falar e de escutar uma linguagem simbólica que fale de transcendência. Jesus mesmo no anúncio do Reino soube utilizar os elementos da cultura e do ambiente do seu tempo: as ovelhas, os campos, o banquete, as sementes e assim por diante".

"Hoje –continuou o Papa- somos chamados a descobrir, também na cultura digital, símbolos e metáforas significativas para as pessoas, que possam ajudar a falar do Reino de Deus ao homem contemporâneo”.

Segundo o Papa, é exatamente "o apelo aos valores espirituais que permitirá promover uma comunicação verdadeiramente humana: para além de todo o fácil entusiasmo ou ceticismo, sabemos que essa é uma resposta ao chamado impresso na nossa natureza de sermos criados à imagem e semelhança do Deus da comunhão".

"A contribuição dos crentes, portanto, poderá ser a de auxiliar o próprio mundo dos media, abrindo horizontes de sentido e de valores que a cultura digital não é capaz de, sozinha, perceber e representar".

Finalmente o Papa recordou ao Pe. Matteo Ricci, "protagonista do anúncio do Evangelho na China na era moderna, do qual celebramos o IV centenário da morte. Na sua obra de difusão da mensagem de Cristo, considerou sempre a pessoa, o seu contexto cultural e filosófico, os seus valores, a sua linguagem, colhendo tudo aquilo que de positivo se encontrava na sua tradição, e oferecendo-se para animá-la e elevá-la com a sabedoria e a verdade de Cristo".


Fonte : ACI Digital

MENSAGEM DO PAPA PARA A QUARESMA parte 3

   3. O nosso imergir-nos na morte e ressurreição de Cristo através do Sacramento do Baptismo, estimula-nos todos os dias a libertar o nosso coração das coisas materiais, de um vínculo egoísta com a «terra», que nos empobrece e nos impede de estar disponíveis e abertos a Deus e ao próximo. Em Cristo, Deus revelou-se como Amor (cf 1 Jo 4, 7-10). A Cruz de Cristo, a «palavra da Cruz» manifesta o poder salvífico de Deus (cf. 1 Cor 1, 18), que se doa para elevar o homem e dar-lhe a salvação: amor na sua forma mais radical (cf. Enc. Deus caritas est, 12). Através das práticas tradicionais do jejum, da esmola e da oração, expressões do empenho de conversão, a Quaresma educa para viver de modo cada vez mais radical o amor de Cristo. O Jejum, que pode ter diversas motivações, adquire para o cristão um significado profundamente religioso: tornando mais pobre a nossa mesa aprendemos a superar o egoísmo para viver na lógica da doação e do amor; suportando as privações de algumas coisas – e não só do supérfluo – aprendemos a desviar o olhar do nosso «eu», para descobrir Alguém ao nosso lado e reconhecer Deus nos rostos de tantos irmãos nossos. Para o cristão o jejum nada tem de intimista, mas abre em maior medida para Deus e para as necessidades dos homens, e faz com que o amor a Deus seja também amor ao próximo (cf. Mc 12, 31).
    
No nosso caminho encontramo-nos perante a tentação do ter, da avidez do dinheiro, que insidia a primazia de Deus na nossa vida. A cupidez da posse provoca violência, prevaricação e morte: por isso a Igreja, especialmente no tempo quaresmal, convida à prática da esmola, ou seja, à capacidade de partilha. A idolatria dos bens, ao contrário, não só afasta do outro, mas despoja o homem, torna-o infeliz, engana-o, ilude-o sem realizar aquilo que promete, porque coloca as coisas materiais no lugar de Deus, única fonte da vida. Como compreender a bondade paterna de Deus se o coração está cheio de si e dos próprios projectos, com os quais nos iludimos de poder garantir o futuro? A tentação é a de pensar, como o rico da parábola: «Alma, tens muitos bens em depósito para muitos anos...». «Insensato! Nesta mesma noite, pedir-te-ão a tua alma...» (Lc 12, 19-20). A prática da esmola é uma chamada à primazia de Deus e à atenção para com o próximo, para redescobrir o nosso Pai bom e receber a sua misericórdia.
Em todo o período quaresmal, a Igreja oferece-nos com particular abundância a Palavra de Deus. Meditando-a e interiorizando-a para a viver quotidianamente, aprendemos uma forma preciosa e insubstituível de oração, porque a escuta atenta de Deus, que continua a falar ao nosso coração, alimenta o caminho de fé que iniciámos no dia do Baptismo. A oração permitenos também adquirir uma nova concepção do tempo: de facto, sem a perspectiva da eternidade e da transcendência ele cadencia simplesmente os nossos passos rumo a um horizonte que não tem futuro. Ao contrário, na oração encontramos tempo para Deus, para conhecer que «as suas palavras não passarão» (cf. Mc 13, 31), para entrar naquela comunhão íntima com Ele «que ninguém nos poderá tirar» (cf. Jo 16, 22) e que nos abre à esperança que não desilude, à vida eterna.
    
Em síntese, o itinerário quaresmal, no qual somos convidados a contemplar o Mistério da Cruz, é «fazer-se conformes com a morte de Cristo» (Fl 3, 10), para realizar uma conversão profunda da nossa vida: deixar-se transformar pela acção do Espírito Santo, como São Paulo no caminho de Damasco; orientar com decisão a nossa existência segundo a vontade de Deus; libertar-nos do nosso egoísmo, superando o instinto de domínio sobre os outros e abrindo-nos à caridade de Cristo. O período quaresmal é momento favorável para reconhecer a nossa debilidade, acolher, com uma sincera revisão de vida, a Graça renovadora do Sacramento da Penitência e caminhar com decisão para Cristo.
Queridos irmãos e irmãs, mediante o encontro pessoal com o nosso Redentor e através do jejum, da esmola e da oração, o caminho de conversão rumo à Páscoa leva-nos a redescobrir o nosso Baptismo. Renovemos nesta Quaresma o acolhimento da Graça que Deus nos concedeu naquele momento, para que ilumine e guie todas as nossas acções. Tudo o que o Sacramento significa e realiza, somos chamados a vivê-lo todos os dias num seguimento de Cristo cada vez mais generoso e autêntico. Neste nosso itinerário, confiemo-nos à Virgem Maria, que gerou o Verbo de Deus na fé e na carne, para nos imergir como ela na morte e ressurreição do seu Filho Jesus e ter a vida eterna.
Vaticano, 4 de Novembro de 2010
BENEDICTUS PP. XVI



Fonte:Zenit

MENSAGEM DO PAPA PARA A QUARESMA parte 2

  2. Para empreender seriamente o caminho rumo à Páscoa e nos prepararmos para celebrar a Ressurreição do Senhor – a festa mais jubilosa e solene de todo o Ano litúrgico – o que pode haver de mais adequado do que deixar-nos conduzir pela Palavra de Deus? Por isso a Igreja, nos textos evangélicos dos domingos de Quaresma, guia-nos para um encontro particularmente intenso com o Senhor, fazendo-nos repercorrer as etapas do caminho da iniciação cristã: para os catecúmenos, na perspectiva de receber o Sacramento do renascimento, para quem é baptizado, em vista de novos e decisivos passos no seguimento de Cristo e na doação total a Ele.
  
 
O primeiro domingo do itinerário quaresmal evidencia a nossa condição do homens nesta terra. O combate vitorioso contra as tentações, que dá início à missão de Jesus, é um convite a tomar consciência da própria fragilidade para acolher a Graça que liberta do pecado e infunde nova força em Cristo, caminho, verdade e vida (cf. Ordo Initiationis Christianae Adultorum, n. 25). É uma clara chamada a recordar como a fé cristã implica, a exemplo de Jesus e em união com Ele, uma luta «contra os dominadores deste mundo tenebroso» (Ef 6, 12), no qual o diabo é activo e não se cansa, nem sequer hoje, de tentar o homem que deseja aproximar-se do Senhor: Cristo disso sai vitorioso, para abrir também o nosso coração à esperança e guiar-nos na vitória às seduções do mal.
O Evangelho da Transfiguração do Senhor põe diante dos nossos olhos a glória de Cristo, que antecipa a ressurreição e que anuncia a divinização do homem. A comunidade cristã toma consciência de ser conduzida, como os apóstolos Pedro, Tiago e João, «em particular, a um alto monte» (Mt 17, 1), para acolher de novo em Cristo, como filhos no Filho, o dom da Graça deDeus: «Este é o Meu Filho muito amado: n’Ele pus todo o Meu enlevo. Escutai-O» (v. 5). É o convite a distanciar-se dos boatos da vida quotidiana para se imergir na presença de Deus: Ele quer transmitir-nos, todos os dias, uma Palavra que penetra nas profundezas do nosso espírito, onde discerne o bem e o mal (cf. Hb 4, 12) e reforça a vontade de seguir o Senhor.
 
 O pedido de Jesus à Samaritana: «Dá-Me de beber» (Jo 4, 7), que é proposto na liturgia do terceiro domingo, exprime a paixão de Deus por todos os homens e quer suscitar no nosso coração o desejo do dom da «água a jorrar para a vida eterna» (v. 14): é o dom do espírito Santo, que faz dos cristãos «verdadeiros adoradores» capazes de rezar ao Pai «em espírito e verdade» (v. 23). Só esta água pode extinguir a nossa sede do bem, da verdade e da beleza! Só esta água, que nos foi doada pelo Filho, irriga os desertos da alma inquieta e insatisfeita, «enquanto não repousar em Deus», segundo as célebres palavras de Santo Agostinho.
O domingo do cego de nascença apresenta Cristo como luz do mundo. O Evangelho interpela cada um de nós: «Tu crês no Filho do Homem?». «Creio, Senhor» (Jo 9, 35.38), afirma com alegria o cego de nascença, fazendo-se voz de todos os crentes. O milagre da cura é o sinal que Cristo, juntamente com a vista, quer abrir o nosso olhar interior, para que a nossa fé se torne cada vez mais profunda e possamos reconhecer n’Ele o nosso único Salvador. Ele ilumina todas as obscuridades da vida e leva o homem a viver como «filho da luz».
 
Quando, no quinto domingo, nos é proclamada a ressurreição de Lázaro, somos postos diante do último mistério da nossa existência: «Eu sou a ressurreição e a vida... Crês tu isto?» (Jo 11, 25-26). Para a comunidade cristã é o momento de depor com sinceridade, juntamente com Marta, toda a esperança em Jesus de Nazaré: «Sim, Senhor, creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo» (v. 27). A comunhão com Cristo nesta vida prepara-nos para superar o limite da morte, para viver sem fim n’Ele. A fé na ressurreição dos mortos e a esperança da vida eterna abrem o nosso olhar para o sentido derradeiro da nossa existência: Deus criou o homem para a ressurreição e para a vida, e esta verdade doa a dimensão autêntica e definitiva à história dos homens, à sua existência pessoal e ao seu viver social, à cultura, à política, à economia. Privado da luz da fé todo o universo acaba por se fechar num sepulcro sem futuro, sem esperança.
 
 
O percurso quaresmal encontra o seu cumprimento no Tríduo Pascal, particularmente na Grande Vigília na Noite Santa: renovando as promessas baptismais, reafirmamos que Cristo é o Senhor da nossa vida, daquela vida que Deus nos comunicou quando renascemos «da água e do Espírito Santo», e reconfirmamos o nosso firme compromisso em corresponder à acção da Graça para sermos seus discípulos. 

Fonte:Zenit

MENSAGEM DO PAPA PARA A QUARESMA parte 1


«Sepultados com Ele no baptismo,
foi também com Ele que ressuscitastes» (cf.
Cl 2, 12)
 
Amados irmãos e irmãs!
 
A Quaresma, que nos conduz à celebração da Santa Páscoa, é para a Igreja um tempo litúrgico muito precioso e importante, em vista do qual me sinto feliz por dirigir uma palavra específica para que seja vivido com o devido empenho. Enquanto olha para o encontro definitivo com o seu Esposo na Páscoa eterna, a Comunidade eclesial, assídua na oração e na caridade laboriosa, intensifica o seu caminho de purificação no espírito, para haurir com mais abundância do Mistério da redenção a vida nova em Cristo Senhor (cf. Prefácio I de Quaresma).
 
      1. Esta mesma vida já nos foi transmitida no dia do nosso Baptismo, quando, «tendo-nos tornado partícipes da morte e ressurreição de Cristo» iniciou para nós «a aventura jubilosa e exaltante do discípulo» (Homilia na Festa do Baptismo do Senhor, 10 de Janeiro de 2010). São Paulo, nas suas Cartas, insiste repetidas vezes sobre a singular comunhão com o Filho de Deus realizada neste lavacro. O facto que na maioria dos casos o Baptismo se recebe quando somos crianças põe em evidência que se trata de um dom de Deus: ninguém merece a vida eterna com as próprias forças. A misericórdia de Deus, que lava do pecado e permite viver na própria existência «os mesmos sentimentos de Jesus Cristo» (Fl 2, 5), é comunicada gratuitamente ao homem.
O Apóstolo dos gentios, na Carta aos Filipenses, expressa o sentido da transformação que se realiza com a participação na morte e ressurreição de Cristo, indicando a meta: que assim eu possa «conhecê-Lo, a Ele, à força da sua Ressurreição e à comunhão nos Seus sofrimentos, configurando-me à Sua morte, para ver se posso chegar à ressurreição dos mortos» (Fl 3, 1011). O Baptismo, portanto, não é um rito do passado, mas o encontro com Cristo que informa toda a existência do baptizado, doa-lhe a vida divina e chama-o a uma conversão sincera, iniciada e apoiada pela Graça, que o leve a alcançar a estatura adulta de Cristo.
      
Um vínculo particular liga o Baptismo com a Quaresma como momento favorável para experimentar a Graça que salva. Os Padres do Concílio Vaticano II convidaram todos os Pastores da Igreja a utilizar «mais abundantemente os elementos baptismais próprios da liturgia quaresmal» (Const. Sacrosanctum Concilium, 109). De facto, desde sempre a Igreja associa a Vigília Pascal à celebração do Baptismo: neste Sacramento realiza-se aquele grande mistério pelo qual o homem morre para o pecado, é tornado partícipe da vida nova em Cristo Ressuscitado e recebe o mesmo Espírito de Deus que ressuscitou Jesus dos mortos (cf. Rm 8, 11). Este dom gratuito deve ser reavivado sempre em cada um de nós e a Quaresma oferece-nos um percurso análogo ao catecumenato, que para os cristãos da Igreja antiga, assim como também para os catecúmenos de hoje, é uma escola insubstituível de fé e de vida cristã: deveras eles vivem o Baptismo como um acto decisivo para toda a sua existência.




Fonte: Zenit