Parte II
Esporte, afetos e... uma viagem decisiva
Santo Agostino repetia muito que "o amor nos torna belos". Chiara é, de fato, revestida da beleza evangélica, mesmo se naturalmente já é uma jovem bela. Chiara é uma menina cheia de energia e tem um caráter bem definido. Mas, nas suas fotos o que mais atrai é o seu olhar, nem retraído nem agressivo. Apenas límpido.
A adolescência transcorre na normalidade mais absoluta. Em 1985, vai com a sua família para outra cidade a fim de cursar o ginásio. Apesar do empenho, é reprovada na oitava série. Isso a faz sofrer muito.
Muitos rapazes se interessam por ela, mas ela é uma sonhadora. Algumas vezes, olhando para um ou outro, diz à amiga: "Aquele me agrada". Nada além disso.
Verão de 1988. Pouco depois de saber que tinha sido reprovada em matemática, acompanha um grupo de crianças, as Gen 4, a um congresso em Roma. Sente o coração apertado por ter sido reprovada, mas não dá sinais de tristeza. Escreve aos pais: "Chegou um momento muito importante: o encontro com Jesus Abandonado. Abraçá-lo não foi fácil; mas esta manhã Chiara Lubich explicou às Gen 4 que ele deve ser o esposo delas".
Chiara Badano mantém com Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, uma densa correspondência, ma, sobretudo, um relacionamento intenso e vital até o fim, quando dirá: "Devo tudo a Deus e a Chiara". Quando lhe pediu um "nome novo", um programa de vida, a resposta foi "Chiara Luce", 'Clara Luz'. Era para lembrar que sua vida deveria ser expressão da luz de Deus .
O diagnóstico imprevisível
Um fato imprevisível. Ao jogar tênis, Chiara sente uma forte dor no ombro. De início, nem ela nem os médicos dão grande importância. Mas as dores continuam e ela precisa fazer exames mais aprofundados. O diagnóstico: sarcoma osteogênico com metástase, um dos tipos mais graves e dolorosos de tumor. Depois de um longo silêncio, sem choro nem rebelião, Chiara acolhe a notícia com coragem: "Eu vou suportar. Sou jovem", diz. Seu pai comenta, depois: "Tínhamos a certeza de que Jesus estava em nosso meio. Ele nos dava forças". Começa uma profunda transformação, uma rápida escalada à santidade.
Os tratamentos iniciam e o altruísmo de Chiara chama a atenção. Descuidando-se do repouso, sai da cama e, apesar da dor intensa provocada pela grande calosidade óssea nas costas, se dedica a uma jovem toxicodependente deprimida, acompanhando-a por toda parte: "Depois eu encontro um tempo para dormir", afirmava ela.
E um dos médicos, Antonio Delogu: "Chiara demonstra com seu sorriso, com seus grandes olhos luminosos, que a morte não existe; existe somente a vida". Nos meses seguintes, Chiara enfrenta duas dolorosas operações. A quimioterapia causa a queda dos cabelos, o que a faz sofrer bastante. A cada cacho de cabelo que perde, repete um simples mas intenso: "Por ti, Jesus". Os pais, sempre presentes, lembram a ela que sob aqueles sofrimentos existe um misterioso desígnio de Deus. Os tratamentos iniciam e o altruísmo de Chiara chama a atenção. Descuidando-se do repouso, sai da cama e, apesar da dor intensa provocada pela grande calosidade óssea nas costas, se dedica a uma jovem toxicodependente deprimida, acompanhando-a por toda parte: "Depois eu encontro um tempo para dormir", afirmava ela.
A um amigo, que partia para uma missão humanitária na África, ela doa todo o dinheiro que havia economizado, dizendo: "Para mim não serve, eu tenho tudo".
Nada de morfina. "Por mais um pouco de tempo, quero dividir a cruz com Ele"
Chiara narra como enfrentou uma dolorosa biópsia: "Quando os médicos começaram a fazer a cirurgia - pequena mas muito incômoda -, chegou uma pessoa, uma senhora, com um sorriso muito luminoso; era linda. Aproximou-se de mim, segurou minha mão e infundiu coragem ao meu coração. Do mesmo modo que chegou, também desapareceu: não a vi mais. Fui invadida por uma alegria imensa, e o medo que eu sentia desapareceu. Naquela ocasião entendi que, se estivéssemos sempre prontos a tudo, Deus nos mandaria muitos sinais".
Aos poucos, Chiara perde os movimentos das pernas. Afirma: "Se eu tivesse que escolher entre caminhar ou ir para o paraíso, escolheria essa última possibilidade". Não há mais esperança de cura. Chega o momento da provação, que é intensa. Mas ela não se rende, ajudada também por Chiara Lubich, que lhe escreve: "Deus tem um amor imenso por você e quer penetrar no íntimo da sua alma e fazer com que você experimente gotas de céu". Apesar das dores intensas, recusa a morfina para se manter consciente de seus atos e explica: "Não quero perder a lucidez, porque a única coisa que posso fazer é oferecer a dor a Jesus. Quero compartilhar com ele, ainda por um pouco, a sua cruz".
Chiara Luce já se comporta como uma pessoa espiritualmente madura. Um médico, Fabio De Marzi, lhe escreve: "Não estou acostumado a ver jovens como você. Sempre encarei a sua idade como o tempo das grandes emoções, das alegrias intensas, dos grandes entusiasmos. Você me ensinou que esta é, também, a idade de uma maturidade absoluta".
Aos poucos, Chiara perde os movimentos das pernas. Afirma: "Se eu tivesse que escolher entre caminhar ou ir para o paraíso, escolheria essa última possibilidade". Não há mais esperança de cura. Chega o momento da provação, que é intensa. Mas ela não se rende, ajudada também por Chiara Lubich, que lhe escreve: "Deus tem um amor imenso por você e quer penetrar no íntimo da sua alma e fazer com que você experimente gotas de céu". Apesar das dores intensas, recusa a morfina para se manter consciente de seus atos e explica: "Não quero perder a lucidez, porque a única coisa que posso fazer é oferecer a dor a Jesus. Quero compartilhar com ele, ainda por um pouco, a sua cruz".
Chiara Luce já se comporta como uma pessoa espiritualmente madura. Um médico, Fabio De Marzi, lhe escreve: "Não estou acostumado a ver jovens como você. Sempre encarei a sua idade como o tempo das grandes emoções, das alegrias intensas, dos grandes entusiasmos. Você me ensinou que esta é, também, a idade de uma maturidade absoluta".
Fonte:http://focolare.org/br/sif/2000/20000314pt_b.html