segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sejam uma geração de santos!

                                 Parte III

                                                  Aquele luz no olhar, de onde vem?

19 de julho de 1989. Chiara enfrenta uma forte hemorragia e quase morre. Nesta ocasião diz: "Não derramem lágrimas por mim. Eu vou para Jesus. No meu funeral não quero pessoas que chorem, mas que cantem forte»".
   Durante a aplicação do soro na veia, Chiara comenta: "O que é esta gota que cai, em comparação com os pregos nas mãos de Jesus?". E acompanha cada gota com um: "por ti, Jesus". Recebe a visita de um cardeal que lhe pergunta: "De onde vem essa luz maravilhosa que você tem nos olhos?". E ela responde: "Procuro amar muito Jesus".
  Algumas vezes acontece algo incomum -, ela pede que os pais não deixem os amigos entrarem em seu quarto. Certo dia explica sua atitude: "Não era sinal de tristeza ou de falta de afeto. Pelo contrário. Eu agia assim porque tinha dificuldade de descer do ponto no qual habitava (com Deus), para depois subir outra vez". Todos os que estavam próximos dela experimentavam uma "atmosfera de paraíso". Escreve aos amigos: "Um outro mundo me esperava e eu não podia fazer outra coisa senão abandonar-me. Mas agora me sinto envolvida por um esplêndido desígnio que pouco a pouco me é revelado".

A festa de núpcias

  Num de seus últimos dias ela diz: "Não peço mais a Jesus que ele venha me buscar para me levar ao paraíso; não quero lhe dar a impressão de que não quero mais sofrer". Não pede mais a saúde, mas a capacidade de fazer a vontade de Deus. Consciente de sua situação, ela mesma prepara com a mãe o funeral, a "festa de núpcias", como costumava dizer. E explica como confeccionar a roupa; escolhe as músicas, as flores, os cantos e as leituras: "Enquanto você estiver me preparando, mamãe, deverá repetir: agora Chiara Luce está vendo Jesus".  
"As expressões desse seu último período, segundo Maria Grazia Magrini, responsável pela coleta do material sobre Chiara Luce para o "processo de beatificação" – se parecem muito com as de Teresinha do Menino Jesus". E lembra uma das últimas frases da santa: "É preciso saber morrer de alfinetadas antes de morrer por golpes de espada".
 
 Domingo, 7 de outubro de 1990, 4h. O momento do encontro com o seu "esposo". Ao seu lado estão o pai e a mãe. Do lado de fora da porta, os amigos. Clima de paz e quase de naturalidade. Suas últimas palavras são dirigidas à mãe: "Tchau. Esteja feliz porque eu estou feliz".
  Duas mil pessoas participam do funeral. Fala-se de paraíso, de alegria, de escolha radical de Deus, segundo o exemplo de Chiara Luce. Na homilia, o bispo diz: "Eis o fruto da família cristã, de uma comunidade de cristãos, o resultado de um Movimento que vive o amor recíproco e tem Jesus em meio".
Os efeitos da sua experiência continuam após a sua morte, naqueles que dela tomam conhecimento, pois sentem-se impulsionados a viver com radicalidade o Evangelho, e a escolher Deus como tudo. É uma "santidade" contagiosa.
  A fama de Chiara Luce se difunde, lentamente mas decididamente. Por iniciativa do bispo ela é declarada "serva de Deus". Agora o processo de beatificação prossegue no Vaticano.

"Sejam uma geração de santos"

A este ponto é espontâneo perguntar: quem é santo nos dias de hoje? Certamente, só Deus é santo. Mas nas Escrituras lê-se: "Sejam santos, porque eu sou santo". Nos Atos dos Apóstolos, os cristãos são chamados simplesmente de "santos". Santo é aquele que reflete a única santidade, a de Deus, manifestando virtudes provadas, caridade sem limites, confiança total em Deus. Então, Chiara Luce parece ser assim.
  Um último aspecto deve ser enfim colocado em relevo. O Cardeal Martini escreve: "A santidade acontece em cachos, não é somente um grão, mas o seu conjunto que se torna fermento, sal da terra, luz do mundo". Chiara Lubich desde o nascimento dos gen, quis popror aos jovens do Movimento um projeto elevado: "Sejam uma geração de santos".

Fonte: http://focolare.org/br/sif/2000/20000314pt_b.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário