Esses dias, estive a meditar acerca da vocação da virgindade consagrada e acabou-me caindo em mãos um livro do Padre Cencini que trata sobre o assunto.
Acho interessante a forma como o Padre Cencini trata a virgindade e penso que a comunidade favorece vocês com a graça do amor esponsal que é o cerne da vocação. Não existe um virgem feliz que não se tenha apaixonado verdadeiramente por Deus, por Jesus Cristo, que é, podemos dizer, a face visível do mistério invisível.
Um coração que ame a Cristo com um amor indiviso, como consegui-lo em meio ao mundo? Como conseguir amar tão somente a Cristo e não se tornar frio, mas continuar aberto ao amor em toda sua potência e as pessoas com um coração disponível ao amor?
É sempre um continuado desafio conciliar o homem espiritual e o homem carnal dentro de si. A oração pode favorecer a vitória do homem espiritual sobre o homem carnal, mas ela não vai tolher aquelas coisas, que, às vezes, parecem duras, mas que são bênçãos que são características do nosso ser carnal, mas tudo isso, vivido com equilíbrio e retidão transformam o celibato numa benção e numa fecundidade sem tamanho para a Igreja.
Quando penso nessa situação, na virgindade consagrada, penso no exemplo de tantos homens e mulheres como Paulo, o apóstolo; Juliana de Norwich, Catarina de Sena, Giuseppe Moscatti, o Moysés, João Paulo II, Chiara, minha fundadora; enfim... Em Cristo, Paulo e todos esses e nós temos a justificativa coerente para estar solteiro. Paulo proclamava-se como um homem celibatário, apaixonado pela missão da igreja e penso que isso deve ser o ideal de um celibatário: amor apaixonado por Cristo-Deus e Cristo-Igreja (pensando que nós, a Igreja somos Cristo pela nossa unidade), entende o que quero dizer?
Eles não eram solteiros ‘porque sim’, e não eram solteiros sozinhos. Ao invés disto, eles se enxergavam como um(a) homem/mulher únicos e livres para amar toda a humanidade e tratar a todos como sua mãe, irmãos, irmãs e filhos e não é essa a beleza do celibato?
autor : Luiz Felipe, Sp
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