Psicologia positiva é a área da psicologia que estuda os fatores que fazem as pessoas se sentirem satisfeitas com suas vidas e florescerem. Como sou meio cética com auto-ajuda fundo de quintal, a ideia de um campo de estudos sério que trata sobre estratégias e hábitos que melhoram nossa vida me fascina. E está cheio de informação bacana disponível por aí.
Há um tempo assisti quase que por um acaso um documentário super legal sobre felicidade. – Happy. Já é até meio velho, de 2011, mas estava no Netflix aqui da Alemanha e me pareceu uma ótima pedida para antes de dormir. No filme são entrevistados vários pesquisadores de psicologia positiva e pessoas que se consideram felizes mundo afora (tem até um surfista brasileiro!). E a grande conclusão é que tudo aquilo que a gente persegue freneticamente no mundo ocidental (fama, dinheiro e etc) não são fatores importantes para a que a gente se sinta satisfeito com a vida.
Segundo os depoimentos coletados, o importante para a gente arrasar nesta passagem pelo planeta Terra é: relacionamentos, atividade física, nossa contribuição para a sociedade e cultivo de um certo sentimento de fascinação pela vida. Um dos depoimentos mais legais do filme era de uma mulher que era super linda e sofreu um acidente de carro e ficou com o rosto desfigurado. O casamento acabou, ela passou o pão que o diabo amassou e só não se matou porque queria esperar o filho crescer para poder se matar sem consciência pesada. Só que ela vai vivendo, e conhece um homem, eles se apaixonam e ela reconstrói a vida dela. E no final do depoimento ela diz que parece até mentira, mas que ela é muito mais feliz agora na relação atual do que quando ela era todo bonitona, antes do acidente no outro casamento.
Outra coisa super legal que eu assisti sobre felicidade foi uma palestra do TED. O palestrante era o 4° diretor de um estudo da Harvard iniciado em 1938 sobre felicidade humana. Provavelmente o estudo mais longo sobre o tema já realizado no mundo inteiro. Os pesquisadores pegaram homens na adolescência e juventude e os seguiram por toda a vida. Eles faziam exames médicos, respondiam questionários sobre suas vidas e sobre como se sentiam. Alguns dos participantes estão hoje na casa dos 90 anos. Ou seja, um estudo sem precedentes mesmo. O diretor da pesquisa explica que depois de seguir a vida das pessoas por décadas, a conclusão mais absoluta é que não é nem fama, nem dinheiro que traz felicidade, mas sim você ter bons relacionamentos.
Independente do que elas tinham alcançado materialmente na vida, independente até da saúde, as pessoas que tinham boas relações com os amigos, família e com a comunidade em que estavam inseridas se sentiam muito mais felizes do que aqueles que não alcançaram esse elo de relacionamentos. E isso não necessariamente tem a ver com a quantidade de amigos, ou com o fato de você estar casado ou não. Mas sim com a qualidade dos relacionamentos. Afinal, tem muita gente casada que se sente sozinha.
Segundo os pesquisadores até o cérebro das pessoas na velhice funciona melhor se elas sentem que existem pessoas nas suas vidas com quem podem contar. E outra: solidão mata! Sim, os homens que se diziam sozinhos, viveram menos na média!
(via TSMM)
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