O que propõe a Igreja frente a esta ideologia?
Continua proclamando que embora o homem seja pequeno, fraco e débil tem o mesmo valor intrínseco. A sociedade atual não faz isso, é uma sociedade de violência, de exclusão. Para os ideólogos do marxismo como para os do liberalismo a atitude cristã é inadmissível porque os que fazemos a opção de Jesus, fazemos ao mesmo tempo a opção pelos pobres, porque Jesus fez esta revolução ao reconhecer aos que não valiam nada na sociedade.
A crise que estamos vivendo é realmente uma crise de valores, é a crise da Verdade. Nos ambientes da ONU ou na problemática atual em matéria de democracia se diz: não é necessário querer descobrir a verdade, não somos capazes de descobri-la porque cada um tem a sua; e ocorre que as necessidades da prática nos fazem tomar decisões práticas e então terminamos fazendo o que recomenda John Rose, político norte-americano: discutimos caso por caso sem nos referir a princípios relativos à verdade (que é inacessível) e então tomamos uma decisão. É o que se chama a ética processual, que não considera o que é bom, justo, mau. Será justa a decisão que vamos tomar só porque vamos tomá-la.
Mas com este relativismo integral o respeito devido a todo ser humano desaparece, é condicionado, porque depende de uma decisão consensual sempre ré-negociável. Assim, terminamos em uma sociedade de violência onde prevalece a vontade do mais forte.
Como se vincula a este problema o tema da globalização?
Quando se fala de "globalização" se esta tocando dois temas: o da "mundialização" e o da "globalização".
Quando alguém fala de "mundialização" se insinua que estamos caminhando para um governo mundial, para uma sociedade sonhada por alguns autores ou políticos famosos -poderia mencionar a dois deles como Willy Brandt, chanceler da Alemanha, e Jan Timberland, um holandês que ganhou o Nobel de Economia-. Eles desenvolvem esta idéia da mundialização em que a época das nações soberanas já passou. Convém que pouco a pouco a ONU se torne um governo mundial e as agências da ONU nos ministérios deste governo. Nesta mundialização vejo uma nova tentativa de instaurar a famosa "Internacional" sonhada pelos marxistas do século passado.
A globalização é algo similar, mas em uma perspectiva de ideologia liberal. O mundo é visto como um imenso mercado que devemos integrar. O problema se dá quando através do controle das coisas, das matérias primas, das indústrias, etc., chega-se ao controle dos homens.
No núcleo da ideologia moderna -tanto da de inspiração marxista como da neoliberal- o homem é interpretado de uma perspectiva monística, panteística e neste caso a única ética que se impõe ao homem é fatalista: se somos uma partícula no meio devemos admitir esta situação e se esta o exigir, vamos sacrificar homens à sobrevivência do meio ambiente. É a temática já desenvolvida no Rio do Janeiro em 1992 na reunião "Cúpula da Terra". Mas é uma ideologia que segue desenvolvendo-se e que submete o homem ao meio ambiente. A ética aparece como uma submissão à mãe Gaia, a terra. Com este tipo de determinismo ético o homem deve admitir sua situação de mortalidade total e integral. Não há outra perspectiva da vida tal como a conhecemos na terra. Estamos presos neste mundo que nos oprime e devemos aceitar o que dizem e pensam os que supostamente entendem este meio ambiente. Por isso há pessoas como Jack Cousteau, que era um farsante de primeira, que junto com vários ideólogos deste tipo recomendavam a eliminação de 3 ou 4 milhões de habitantes da terra justamente para que não haja contaminação porque o homem é o maior contaminador.
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